A Queda do Homem e outros Símbolos

Vemos, na Bíblia, como se deu a “queda” do homem. No simbolismo bíblico esta “queda” é relatada em uma parábola: A desobediência de Adão e Eva.

Antes de “pecarem” estavam “vivos” ( “A Vida era a Luz dos homens” -Jo. 1:14) e viviam no “Paraíso”, ou seja, na Presença de Deus Em Si (Divina Presença!). Após o simbólico “pecado” eles “morreram”, perderam a “consciência” da Luz que havia neles e, por isso, foram “expulsos” (ou, “expulsaram-se” a si próprios) da Presença de Deus ou “Paraíso”.

Mas, “como” se deu esta “queda”? Prestemos atenção em alguns “símbolos” importantes para a compreensão desta “parábola”: a “serpente” simboliza “satanás” que significa, literalmente, “antagonista”. Vejamos bem, Moisés, o autor deste livro bíblico, cujo sogro (Jetro) foi um importante sacerdote egípcio, conforme relato da própria Bíblia, não diz neste livro intitulado “Gênesis” que a serpente e satanás são a mesma pessoa ou símbolo; de fato, isto só é revelado no Livro de Jó, capítulo I, e no Apocalipse (Revelação) de João. Mas a verdade é que a “serpente” e “satanás” são uma referência à astúcia ladina da “personalidade” (ou "ego inferior" encarnado, que se acredita "separado" de "Deus-Em-Si", ou seja se acredita "fora" ou "excluído" do simbólico "Paraíso" bíblico), a verdadeira “antagonista” que, quando enceguecida pela ilusão da matéria, cria obstáculos à “evolução” (expansão da "Consciência" que Deus habita em si) do espírito para Deus.

O “Paraíso” é figurado na “presença ativa” (Divina Presença!) de Deus em Adão (Adam = homem) e Eva (significa, literalmente, mulher), ou seja, nos seres mais elevados de Sua criação.

A “expulsão” (perda da condição anterior de "comunhão íntima" com Deus, condição que só será restaurada 4.500 anos mais tarde com a encarnação de Jesus: -"Eu e o Pai somos Um" e ensinou: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim" e -"Quem seguir os meus mandamentos poderá fazer tanto quanto eu e ainda mais") do “Paraíso” é simbolizada por uma simples “desobediência”, ou seja, descumprimento da “Vontade” de Deus-Em-Si (“Meu alimento é fazer a Vontade de meu Pai” -Jesus).

A “morte” (“Se comeres do fruto desta árvore, morrereis” -Gn. 3:3) de Adão e Eva foi apenas a “perda da sintonia interna” com Deus (“O reino de Deus está dentro de vós” -Jesus), a transformação da “presença ativa” na “presença passiva” da Divindade na “condução” (“Faça-se a Sua Vontade e não a minha” -Jesus) das existências físicas (e espirituais) de Adão e Eva, até que, após muito tempo de sacrifícios de animais (corpos físicos em incontáveis reencarnações) para o "perdão e remissão" do pecado (ou restabelecimento da condição anterior de "sintonia íntima" com Deus-Em-Si), veio o "Messias" ou "Ungido", ou seja, o "Espírito Puro" simbolizado por Jesus para restabelecer esta condição anterior de "comunhão íntima" com Deus (ou ensinar "como" restabelecê-la, através de Seus ensinamentos).

Portanto, Adão e Eva “morreram” apenas no sentido da “perda” da consciência de Deus-Em-Si (“Deixai aos mortos o dever de enterrar os seus mortos” -Jesus) pois Adão viveu centenas de anos no corpo físico após este episódio (segundo a Bíblia, morreu com 930 anos).

E quanto a nós, "quem" dirige nossas vidas (existências)? Satanás (a personalidade ou ego inferior ainda preso aos interesses do mundo, o "antagonista" que impede que percebamos a Divina Presença em nós) ou Deus (a Divina Presença Em Nós, no qual fomos gerados, nos movemos e existimos, no dizer do Apóstolo Paulo)?

Ruach Kadosch.