A
METAFÍSICA DO SER ANTE A SUA ESPIRITUALIDADE
parte 1
Metafísica do Ser:
Quem
é o ser? Por que está aqui? De onde surgiu? Para onde vai?
Nada
é incompreensível quando o ser deixa o Divino atuar.
Nada
deve ser estranho ao discípulo, ao estudante em busca da Verdade, pois não
existe somente a esfera Gaya, a terra. Quantos planos e planos existem, nem nós
o sabemos, porque o Pai-Mãe em sua sabedoria se autocriou e, sucessivamente,
criou o infinito e como Chispas de Luz, de Éter, criou os seres e dentro deste
Universo de Inteligência Superior tudo é alfa e ômega; tudo termina onde
principia e principia onde termina.
As
diversas formas de vida que habitam todos os planos são inumeráveis, porque o
Divino em sua sabedoria fez com que as várias espécies convivam entre si. Ele
as criou, para que infinitamente, da mesma forma que ele é alfa e ômega, o ser
possa desta mesma maneira se autoaperfeiçoar. Então, isto quer dizer,
exatamente, que o ser estará infinitamente se aperfeiçoando. Portanto,
infelizes aqueles que pensam que a vida se resume somente em Gaya, a terra. O
homem é muito mais do que pensa ser. O homem, não é só um envoltório físico,
ele é um espírito usando este envoltório. Este corpo denso é, também,
composto do Éter e é no Éter a morada do Grande Ser.
Assim,
neste imenso regaço do UNO, habitam inumeráveis seres, todos usando as
melhores ferramentas e chaves que conseguiram amealhar por diversas e diversas
reencarnações, as quais, na realidade, nunca cessarão, pois, tudo é alfa e
omega. Para melhor explicar, imagine um círculo fechado, ele não tem começo e
nem tem fim. Assim, giram os seres nas diversas rondas. A diferença é que
neste círculo do alfa e ômega, temos as diversas esferas de morada, repouso,
ensinamentos e trabalho. Temos o plano terra, bem como tantas outras dimensões.
Dentro do círculo alfa e ômega, portanto, além dos diversos planos ou
esferas, também, os seus habitantes ocupam níveis de morada, de repouso, de
instrução e de trabalho de acordo com o seu atual estágio de evolução
espiritual
Os
seres que habitam outras dimensões, conforme o estágio em que se encontram,
quando não se tratar de karma verde, se o desejarem, além de irem para outras
dimensões, podem pedir liberação, tanto para reencarnar na terra como também,
podem pedir a mesma liberação para retornar ao verdadeiro lar. Nestas situações
do karma maduro, o espirito mesmo ocupando um corpo físico, o qual gostamos
mais de usar, o corpo denso (em se tratando do plano terra), traz em sua memória
a recordação do último estágio espiritual e, assim, num determinado momento,
o qual já estava previamente
programado e fixado nesta memória astral, este mecanismo
neste espírito é acionado, e metafisicamente ele recorda no plano e no
veículo em que habita o que foi, o que é, qual a sua missão
e recorda
que possui, também,
o livre arbítrio de pedir a liberação para regressar ao verdadeiro lar
e para continuar em outra dimensão e esfera de estágio o trabalho pela
Humanidade ou em camadas etéreas em prol dos seus iguais, pois não temos irmãos
só em Gaya, temos irmãos, filhos, iniciados, adeptos e mestres, em outras
dimensões. Portanto, o espírito é lembrado em sua memória astral da sua real
situação e que não é obrigado a permanecer em sofrimento atrelado ao corpo
denso até que o ciclo vital se esvaneça, pois ele, no caso do karma maduro e
por imenso amor a serviço da Humanidade, por exemplo, pediu para reencarnar.
Quando os senhores do karma consultam os registros de cada ser e chegou o
momento da liberação, mandam mestres para que preparem o espírito para o
retorno. Na realidade, o trabalho mais difícil é preparar a mente inferior,
pois o ser humano é muito complexo em sua estrutura física e emocional. O ser
humano vive de apegos e despertá-lo de que tudo é maya em Gaya não é das
tarefas mais fácies. Por outro lado, o homem comum é um carnívoro, é dado
muito aos prazeres do corpo e esquece e nem sabe que tem outros corpos sutis,
aos quais deveria depositar muito carinho e atenção.
Portanto,
quando o ser busca pela metafísica do Ser, ele está buscando, na realidade,
pela metafísica do Grande Ser.
Por
não ter costume de se conectar com o Divino, o pequeno ser passa anos e anos
estudando os melhores tratados filosóficos e, às vezes, se perde dentro de
tanta informação e não encontra ali a chave mestra que abre o portal do
Conhecimento, da Sabedoria.
A
metafísica do ser, em seu estado global, como disse, é alfa e ômega; está
dentro do próprio ser, não tem começo e nem tem fim. Portanto, o ser é o próprio
Ser, sendo este Grande Ser
identificado como Pai-Mãe, Grande Espírito, Espírito Superior, Éter, Luz,
Divino, Centelha Divina, Eu Sou, Eu Sou quem Sou, Eu Sou o Uno, Deus, e, assim,
usam-se várias adjetivações para identificar o “Deus” que a tudo comanda,
constrói e instrui.
Neste
universo, por exemplo, de religiões, credos e dogmas que fervilham na
Humanidade, os homens chegam até a se matar, mutuamente, em prol de seu
“Deus”. Fica fácil de distinguir, portanto, uma religião, um credo ou um
dogma. Primeiramente, o Divino é avesso a religiões, a credos, a dogmas e a
adorações. O Divino nem face têm porque se face tivesse, esta face seria
universal e como seria uma face universal? Se algum ser se deixou fotografar
pela retina humana ou pelo terceiro olho, foram seres de dimensões inferiores
ao Divino, como por exemplo, nós os mestres que estamos a serviço do Divino.
E, mesmo, que a retina humana ou o terceiro olho enxerguem determinada imagem, não
significa ser a real projeção. Em outras dimensões, na realidade, também, não
temos formas. Usamos de algum envoltório, às vezes, para facilitar a comunicação,
pois dependendo de cada ser, uns ouvem, sentem, outros vêem, outros escrevem de
forma direta, outros ouvem e falam telepaticamente, sendo, portanto, diversas as
formas em que o Grande Ser pode se manifestar, usando, normalmente, do Mestre
Interior ou demais mestres que também, estão compromissados desde outras
reencarnações com o pequeno ser. Portanto, o Grande Ser, o Divino, não está
na religião a ou b. O Grande Ser, o Divino, está dentro do pequeno ser e seu
habitat, o seu verdadeiro Templo, é o coração de cada ser. Estando o ser, com
o seu Templo que é o seu próprio coração repleto de amor, amor por si mesmo
e amor pela Humanidade; estando o ser com o seu coração em paz e repleto de
alegria; estando o ser com o seu coração imune de apegos, imune aos vícios,
imune aos ressentimentos e a toda forma negativa, este ser, só pode refletir o
Divino. Entretanto, mesmo em situações em que o ser é dado aos vícios e a
toda forma de inferioridade, mesmo assim, o Divino não abandona o ser, ele
retira-se do Templo impuro e fica pairando no Éter; fica pairando ao redor de
si mesmo. Quando, finalmente, o pequeno ser desperta e chama pelo Grande Ser,
este em sua infinita compaixão adentra no Templo do pequeno ser e ali fica
emanando todo o seu amor, o qual vai impregnando o pequeno ser e este vai se
transformando, se autoaperfeiçoando. Portanto, a grande chave para que o
pequeno ser fique, diariamente, no regaço do Grande Ser ou que um dia volte ao
seu verdadeiro lar, volte ao regaço do Pai-Mãe é este pequeno ser aprender a
se conectar com o Divino, com o Grande Ser. Uma das chaves para mais rapidamente
o pequeno ser acelerar o seu karma, é sentar para meditar e ficar com o Templo
que é o seu coração, mais alvo que a neve. Outra chave é o yoga. Através
dos asanas, o pequeno ser vai ganhando resistência para o corpo denso com
reflexo nos corpos sutis e chakras. Outra chave é o uso dos mantras, pois são
vibrações que chegam ao Éter, são vibrações que nutrem os corpos sutis e
impregnam de prana o pequeno ser. Enfim, são tantas as chaves e tantos os
caminhos, mais o yoga que é o mais completo dos métodos aliado aos mantras e
à meditação, muita meditação, são as chaves mestras para preparar esta
Humanidade para esta e outras rondas que advirão.
Como
percebemos, o pequeno ser tem vários recursos para se autoaperfeiçoar. A difusão
destes métodos e a criação de templos de meditação ajudarão muito para
amenizar e acelerar o amadurecimento do karma tanto pessoal como coletivo.
Alerto, todavia, que somente a prática dos asanas é perigosa, pois ela
trabalha, de forma vigorosa, também, os chakras e para equilibrar estes centros
de imensa energia, deve-se usar os mantras e a meditação. Estas chaves curam
tudo. Ao fazer uso destas chaves, o pequeno ser estará diretamente conectado
com o Divino e refletirá a imagem deste através de si.
Quando
o pequeno ser está se autoaperfeiçoando, todos ao seu lado são beneficiados e
todos percebem as mudanças. As vezes, o pequeno ser sofre discriminações e
tem que romper com antigos laços, com velhas ilusões. O preço do desapego é
alto, mais a recompensa é de valor inestimável. O que é Gaya, senão maya? O
livre arbítrio do pequeno ser está em decidir onde quer permanecer. Quer ficar
em Gaya? Quer permanecer em maya? É uma decisão que só o pequeno ser pode
tomar. O Grande Ser deixou para o pequeno ser um círculo infinito com todos os
degraus para ascender. O Grande Ser nada exige do pequeno ser. O Grande Ser em
sua infinita Sabedoria e Bondade, está sempre ao dispor do chamado do pequeno
ser, para ajudá-lo a ascender, continuamente, neste círculo mágico e
infinito. O pequeno ser deve, portanto, conhecer primeiro a si mesmo e aparar as
arestas que atravancam a sua evolução. O Grande Ser é sábio em sua criação
e desígnios. Em termos metafísicos, todos os seres são iguais, pois o Grande
Ser deu a eles a mesma oportunidade de infinitamente evoluir. O Grande Ser deu
ao pequeno ser a chave de poder descobrir quem é, por que está no aqui e
agora, para onde vai e o que fará ainda nos demais planos e futuras rondas.
O
Grande Ser legou, portanto, ao pequeno ser, a chave da auto cura de todos os
seus corpos, seja denso ou sutis. As chaves mestras são, portanto, as já
mencionadas.
Metafisicamente
falando, tudo foi previsto pelo Grande Ser, pelo Grande Espírito, desde o
nascimento do pequeno ser ou pequeno espírito até a sua morte, a qual
preferimos o termo liberação.
Se,
por exemplo, o pequeno ser, preferir no caso de karma maduro voltar a reencarnar
num veiculo humano, este espírito levará gravado em sua memória,
principalmente, a última reencarnação. Poderá até lembrar de outras. Quando
novamente o seu karma atual amadurece na ronda e estágio espiritual em que se
encontra, o pequeno espírito começa a ter lampejos de quem foi, quem é, qual
a sua missão na atual ronda e se pode pedir a liberação para voltar. Em
outros casos, quando o pequeno ser, por sua própria evolução não puder pedir
a liberação, ele recorda disto tudo, só que ainda vai ter que aguardar a
decisão do conselho kármico. A diferença, neste caso, entre um e outro é que
o primeiro, já trouxe na memória a possibilidade da liberação antecipada,
pois normalmente, estes seres decidem por livre arbítrio reencarnar em Gaya por
compaixão à Humanidade. O outro ser, teve que reencarnar para tentar resolver
na ronda atual o que deixou para trás; então, ele não traz em sua memória o
registro astral do livre arbítrio tanto da reencarnação, como da liberação.
Dependendo, portanto, do estágio do pequeno espírito na ronda, o momento da
liberação pode ser muito natural ou extremamente doloroso. A volta para o regaço
do Grande Ser ou do Grande Espírito é o objetivo contínuo do pequeno espírito
ou do pequeno ser.
Quanto
ao sentimento de religiosidade subjacente no pequeno ser, ele já traz ao
reencarnar ou adquire na ronda atual. Este sentimento de religiosidade, muitas
das vezes mal compreendido, é a espiritualidade que flui do Grande Ser. Existe,
pois, diferença entre religião e religiosidade. A religião é criação da
Humanidade. Todas as religiões, na essência, são boas, mas quem as deturpam são
os seres humanos. Não há religião superior à Verdade como bem defende a
Teosofia, porque a Verdade está dentro de cada ser. A religião existe, ou pelo
menos deveria existir para acalmar a mente humana, sendo que na verdade o
pequeno ser deveria buscar, primeiramente, o acalento dentro de si mesmo, junto
ao Grande Ser. Já que o homem precisa, às vezes, de uma religião, faz-se
mister a responsabilidade de seus fundadores, pois os líderes religiosos ao
fundarem religiões sem qualquer sentido ético, usurpando da fragilidade
humana, visando o comércio e não a elevação espiritual dos fiéis, estes líderes
estão atrasando a evolução dos pequenos seres e, por conseqüência, as suas
próprias. E, como disse acima, existe um conselho kármico e na tábua de evolução
de cada ser, lá está anotada cada ação e, por conseqüência, também, a sua
reação. Quando a Humanidade tomar consciência da profundidade do tema, ela
terá parcimônia ao atuar com a espiritualidade do pequeno ser.
Oxalá,
o ser se convença do seu próprio Templo interior, mais se antes não
conseguir, o ser poderia, também adentrar num templo de meditação edificado
sem qualquer dogma, credo, ou finalidade lucrativa, para ali entrar, e aprender
a sentar e em meditação se autoconhecer. É do autoconhecimento que partimos
para a Luz. Se o ser está em trevas e nenhum esforço faz para ir além, como
poderá vislumbrar a Luz? Se o ser preferir ficar com o véu; se o ser preferir
por tapar os olhos e ouvidos e fechar o chakra de amor que é o seu coração,
como poderá conhecer a si mesmo? Como poderá ir ao encontro do Grande Ser?
Como poderá obter tantas respostas metafísicas?
Não
existe nada superior a Verdade, além da que está dentro do ser. Quando o ser
mantém o elo com o Grande Ser, o ser é o Ser e dentro do ser está o Grande
Ser. E, então, o ser e o Grande Ser passam a ser Unos em si.
Para
os seres que decidiram fazer parte da atual ronda em Gaya, estes seres tem
deveres com as demais espécies. Gaya é a Mãe dos seres que ali vivem e ela os
acolhe com amor. Como tem coragem o pequeno ser de destruir este planeta? Como
pode o pequeno ser danificar, mutilar e extinguir as espécies que o Grande Ser
aqui deixou sob os cuidados de nossa Mãe Gaya? Se o pequeno ser não tem o
direito de se autodestruir, como pode ter a coragem de destruir o planeta e suas
exuberantes e diversas formas de vida?
Oxalá,
os líderes da Humanidade, os pequenos seres de Gaya, consigam a tempo, retirar
as vendas dos olhos e pararem de se autodestruir!
Oxalá
cessem as guerras!
Oxalá
cessem as bombas!
Oxalá
sobrevivam os indefesos animais!
Oxalá
sobrevivam as florestas, as flores, as aves, o mar, e todos os seres!
Quem
é o pequeno ser? Que direito tem ele de extinguir as várias espécies?
O
pequeno ser não é dono nem de si mesmo, pois quem a tudo criou, coordena e
instrui é o Grande Ser, o Grande Arquiteto do Universo, o Grande Instrutor do
Mundo!
Oxalá
cesse a fome!
Oxalá
cesse a pobreza!
Oxalá
venha a paz!
Oxalá,
os homens vivam em harmonia!
Oxalá
possam estes seres que ali habitam se apresentar perante o Grande Ser com o cálice
repleto de suas boas ações!
Oxalá,
o pequeno ser desvende o véu de tanta ignorância e a cortina do Conhecimento e
do Amor se desvende em seu coração!
Serapis Bey
16/07/2002