Meu Diário da Luz
(por José Alves)
Prezado
Companheiro,
Moro em Brasília-DF. É um enorme prazer enviar lhes meu
diário dos
21 dias, o qual iniciei
agora, aproveitando a sua solicitação. Espero que seja de muita ajuda a outros
que pretendem iniciar essa jornada no processo. No início, sem dúvida, não é
fácil suportar a abstinência total, até o décimo dia. Vocês verão que
tenho razão, quando iniciarem seu processo. Como a Sra. Evelyn disse, você não
comerá no futuro por necessidade alimentar para sobreviver, mas sim, por prazer
de saborear.
Intimamente já havia tomado a decisão de parar de comer no mesmo dia em que vi
a entrevista no programa do JÔ, no dia 30 de abril. Comentei com minha esposa
na noite do dia seguinte, 1º de maio, após chegar do trabalho, minha decisão
de parar de comer até o final do ano. A princípio ela não aceitou muito bem e
comentou que não poderia viver com uma pessoa que não comia.
Hoje ela aceita, apesar de fazer algumas críticas. Por não precisar cozinhar
todos os dias, o que ela detesta tanto, está conformada e aceitando minha decisão
tranqüilamente.
Vou tentar de alguma forma ser o mais exato em meu diário de 21 dias.
Início do meu processo: 04 de maio de 2001.
Primeiro dia: 04/05/2001 –
Sexta-feira:
Iniciei o meu processo a longo prazo. Para quem queria parar de comer até o
final do ano, não almocei no trabalho, como fazia sempre. Estava consciente do
que queria, parar de comer. Apesar do velho hábito do meio dia – almoçar -
estava bem, já passara um dia sem comer antes, nos finais de semana. No outro
velho hábito do jantar eu senti fome. Minha forma de sentir fome depois que
passei a ser vegetariano, não é da mesma forma de antes da mudança para o
vegetarianismo. É apenas uma leve necessidade de comer, e não fome no sentido
da palavra. Na maioria das vezes não sinto nada de fome, comia por um hábito e
comia normalmente como se houvesse fome. Voltando ao processo, cheguei em casa
após o trabalho, sentindo a necessidade de comida. Achei necessário eliminar
esta necessidade. Através da meditação, eliminei do meu cérebro a
necessidade de me alimentar, e a partir daí não senti mais a necessidade de
comer. Passei todo processo trabalhando, pois não poderia me dar ao luxo de não
trabalhar durante os 21 dias. Em relação a luz do sol, pela manhã, apenas
passo o olhar pelo sol rapidamente.
Segundo dia: 05/05/2001 - Sábado:
Acordei leve, raciocinando com muita lucidez e sem nenhuma necessidade de
alimento. Parecia que havia um buraco no lugar do estômago, devido a falta de
alimento nele. Ficar em casa onde sempre fiz as refeições, sem comer não é fácil.
Senti a falta do almoço, mas não fome ou necessidade de alimento. Ainda não
sabia o que era prana, mas me alimentava dela sem saber. Nas minhas meditações,
eu absorvia energia cósmica, que entendo agora ser prana. Passei o dia bem.
Comi uma banana a tarde e uma a noite. Tomei água desde o início do processo,
já que tinha que trabalhar todos os dias. A decisão de tomar água foi no
sentido de não me sentir tão fraco a ponto de não poder trabalhar. Continuo
olhando o sol rapidamente.
Terceiro dia: 06/05/2001 -
Domingo:
A necessidade alimentar transpareceu no meu físico, devido ao enfraquecimento
do corpo. Me senti fraco, apesar de não sentir fome ou necessidade alimentar.
Comecei a sentir minha voz saindo pelos ouvidos. É uma situação estranha, difícil
de explicar com palavras. Parece que você sente sua voz dentro da cabeça e
saindo pelos ouvidos; não dá para explicar isso. Mas o dia foi normal e não
me lembro de ter comido algo. Senti que a barriga diminuíra bastante seu
volume, apesar de não ser barrigudo.
Quarto dia: 07/05/2001 –
Segunda-feira:
Não me lembro mais o dia em que eu meditei no sentido de programar meu estômago
e intestino para parar de funcionar. Fiz isso porque na entrevista da Sra.
Evelyn no programa do JÔ, ela disse que os aparelhos digestivos eram
reprogramados para parar de funcionar. Então, na vontade de chegar logo onde
queria – parar de comer – fui logo programando os aparelhos digestivos para
parar de funcionar, talvez no terceiro e quarto dias do processo. Continuava sem
vontade de comer, mas a minha parte física estava debilitada, sentindo a falta
do vício – comida. A voz ainda saía pelos ouvidos. Senti pequenas dores no
estômago.
Quinto dia: 08/05/2001 –
Terça-feira:
Tomava água sempre e a quantidade ia aumentando a cada dia. Não tinha vontade
de comer. Via comida em casa, na casa da minha cunhada e nenhuma vontade de
comer. A programação cerebral do primeiro dia foi fundamental para a eliminação
da vontade de comer. O meu físico é que estava sentindo a necessidade do vício
– alimento. Tomava água com gotas de limão sempre e já estava me sentindo
saturado do gosto do limão, pois não usei outro tipo de suco durante o
processo. Cheguei em casa, após o trabalho, muito cansado, sem vontade de comer
e o corpo pedindo algo para o estômago vazio. Por volta de 19:00 horas comi uma
banana. O sono já estava mais leve do que antes e dormindo menos. Meu sono
sempre foi leve, qualquer barulho me acorda à noite e eu sempre acordo para
virar na cama, porque não consigo virar na cama dormindo. Dormi tranqüilo,
apesar do corpo debilitado.
Sexto dia: 09/05/2001 –
Quarta-feira:
Hoje foi o pior dia durante todo o processo. Acordei no horário habitual 6:30 h
e iniciei a velha rotina higiênica de todas as manhãs. Já no banheiro,
regurgitei (vomitei) a banana que comi no dia anterior às 19:00 horas, junto
com todo o suco gástrico que o estômago acumulou para a digestão da banana. A
programação que fiz através da meditação para parar o funcionamento do estômago
estava me causando estes desagradáveis transtornos. Durante todo o dia eu
passei regurgitando toda água que bebia, junto com o suco gástrico gerado no
estômago. Isto me deixou péssimo. A barriga voltou aos tempos dos meus quinze
anos, isto é, sem nenhum volume no abdômen. A voz sumiu e quando saía era
como se estivesse rouco. Hoje olhei para o sol mais vezes que nos outros dias
anteriores juntos, durante o dia, tentando recuperar a energia. Eram olhadas rápidas,
porque o sol estava muito forte. Não tirava os óculos para olhar, porque
queria ganhar energia rapidamente. Talvez por isso fiquei com manchas na visão,
mas não dei importância ao fato. Voltei do trabalho mais cedo só o bagaço. Não
senti nenhuma necessidade de comer. Deitei um pouco, meditei e me alimentei um
pouco com energia cósmica, o que me deu ânimo para tomar banho. Após o banho
deitei novamente, meditei, me alimentei novamente de energia cósmica, depois
dormi. Acordei na madrugada, entre 4:30 e 5:30 horas com a nítida impressão ou
intuição de que fui examinado durante o sono por irmãos espirituais, que me
fez acordar com a idéia da programação que fiz em relação ao estômago e
deveria desprogramar imediatamente. Iniciei a desprogramação naquele momento
até me levantar, porque não consegui dormir novamente. Levantei um pouco
melhor.
Sétimo dia: 10/05/2001 –
Quinta-feira:
Tomei água durante todo o dia e não aconteceu nada de anormal; apenas bebi
mais água do que os outros dias. Já havia recuperado um pouco da energia, mas
a voz continuava sumida e rouca. A fraqueza física associada ao problema da
voz, não dá vontade de falar; se quer apenas ficar quieto, deitado. Estava
fraco ainda, apesar de estar melhor do que o dia anterior. Não comi nada
durante o dia com receio de ter problemas. Em casa, após o trabalho, comi uma
pequena quantidade de uva sem engolir a casca. Meditei, me alimentei de energia
cósmica (prana, sem saber). Estava me recuperando lentamente. As pequenas dores
no estômago voltaram. As manchas da visão continuam.
Oitavo dia: 11/05/2001 –
Sexta-feira:
Percebi nas minhas duas coxas, manchas vermelhas parecidas com alergia. Não sei
exatamente quando elas apareceram, somente as percebi hoje. Estas manchas
apareceram apenas nas coxas e coçam um pouco. Não tomei nenhum remédio, pois
achava que poderia ser alguma toxina sendo expulsa do meu organismo, além de
raramente ou quase nunca tomar remédio. Quando tomo, geralmente uso remédios
homeopáticos ou naturais. Os sentidos estavam aguçados. O olfato era o mais
sensível, qualquer odor me incomodava, principalmente o do cigarro, que eu já
detestava. As dores estomacais continuavam, mas cada vez mais suaves.
Nono dia: 12/05/2001 - Sábado:
Eu e minha esposa, sua irmã, meu cunhado (esposo) e seus dois filhos, fomos a
um pesque-pague e depois a um restaurante para almoçar. Minha esposa e sua irmã
insistiram tanto para que eu almoçasse, que eu comi dois ou três pedaços
pequenos de melancia e só. O resto do dia transcorreu normalmente, eu estava
bem. O sono estava leve, e dormia menos do que o normal, apesar de suprir as
minhas necessidades de sono.
Décimo dia: 13/05/2001 –
Domingo:
Fomos convidados para almoçar na casa da sogra de minha cunhada. Churrasco de
carne vermelha e cerveja à vontade, como sempre é normal às pessoas que come
de tudo. Como sou vegetariano a quase 20 anos, não como carne e principalmente
agora que estou no processo não alimentar. Neste dia saí do propósito do
processo, saboreei uma pamonha; comi a metade de uma pequena. Em relação a
carne, hoje eu sinto nojo quando vejo e me imagino comendo-a. Ainda sentia o
efeito da abstinência da comida, me sentia fraco, mas não tanto quanto no início
do processo. Já havia passado a fase crítica e estava iniciando a fase de
recuperação das energias.
Décimo primeiro dia:
14/05/2001 – Segunda-feira:
Um efeito físico visível nos primeiros sete dias do processo e que eu esqueci
de relatar, é o que acontece com a pele, principalmente a do rosto. Fica sem
vida, com um aspecto estranho, parecendo desidratada. As pessoas percebem isso e
ficam preocupadas, perguntando se estou doente. Digo que não, que estou
passando por processo de adaptação. Para alguns eu digo a verdade, para outros
não; eu desconverso e mudo de assunto. Hoje me senti bem, trabalhei
normalmente, tomei água e comi uma banana pela manhã e outra à tarde. Parece
que entrei na fase de recuperação.
Décimo segundo dia:
15/05/2001 – Terça-feira:
Vocês, ao lerem este meu diário, podem estar se perguntando: “Porque ele só
come banana?” Como eu já disse antes, pretendia executar este processo a
longo prazo e mudei logo no primeiro dia – não sei ainda porque razões. Eu não
poderia parar de trabalhar, portanto, mudei um pouco o processo, adaptando-o ao
que eu poderia suportar tendo que trabalhar. Pensando nisso, iniciei o processo
bebendo água e comendo apenas um tipo de fruta, para não fugir muito do
processo original que seria abstinência total até o sétimo dia e água até o
vigésimo primeiro dia. Assim poderia suportar bem o processo e trabalhar ao
mesmo tempo. Mesmo assim não foi fácil, mas estou recuperando lentamente.
Quase não estou usando olhar o sol pela manhã.
Décimo terceiro dia:
16/05/2001 – Quarta-feira:
Neste dia aconteceu algo FANTÁSTICO! Estou muito feliz, minha visão melhorou
consideravelmente! Estou enxergando melhor sem óculos e com óculos. As vezes
os óculos me incomoda no sentido que estão fortes para minha miopia. Além
desse benefício da visão, houve vários outros desde o início do processo.
Alguns deles são: Mente mais lúcida, cabeça leve, corpo leve, sentidos aguçados,
etc. Contabilizando os benefícios versus sacrifício, prefiro ficar com os
benefícios. O sacrifício ocorre devido ao viciamento do organismo pelo
alimento durante anos. Para abandoná-lo exige-se sacrifício, por que o
organismo está habituado ao vício e todo vício exige renuncia e sacrifício.
Tudo normal hoje, apesar do organismo ainda estar reclamando alimento.
Décimo quarto dia:
17/05/2001 – Quinta-feira:
Senti uma espécie de “fome” ou necessidade de comer. Fiquei com a banana,
meia banana pela manhã e meia banana à tarde. Reduzi a quantidade de banana
para que a necessidade de comida desaparecesse. No resto, tudo bem, sem maiores
novidades. As dores no estômago estão espaçadas e fracas.
Décimo quinto dia:
18/05/2001 – Sexta-feira:
Mesma rotina de sempre. Trabalhando, tomando cada vez menos água (diminuiu em
torno de 20 a 30% de água). Parei de olhar para o sol já a algum tempo, porque
fiquei com manchas na visão que estão até hoje. Fiquei um pouco assustado com
isso. Mas estão reduzindo a intensidade. Estou utilizando a força mental,
através da meditação, para eliminá-las.
Décimo sexto dia:
19/05/2001 – Sábado:
Um dia tranqüilo, sem novidades, apesar do cheiro gostoso da comida da minha
cunhada. Minha esposa não tem feito comida com muita freqüência ultimamente.
Geralmente ela come na casa da irmã e isso tem me ajudado muito, porque a
comida dela, feito em casa, é muito gostosa e isto é uma tortura para mim.
Tenho que me contentar com o cheiro.
Décimo sétimo dia:
20/05/2001 – Domingo:
Dia tranqüilo; minhas energias estão chegando aos 90%. As manchas da visão diminuíram
em torno de 90% no olho esquerdo e 40% no olho direito. Não tenho olhado o sol
ultimamente, com receio de que as manchas aumentem. As manchas das coxas diminuíram
um pouco.
Décimo oitavo dia:
21/05/2001 – Segunda-feira:
As manchas avermelhadas das coxas estão diminuindo e coçando menos. As manchas
do olho esquerda quase sumiram, mas o direito ainda continua. Continuo tomando
água. Ainda não me pesei para ver quantos quilos de peso eu perdi até agora.
Décimo nono dia: 22/05/2001
– Terça-feira:
Percebi que o sono voltou ao normal, isto é, não sei se é o normal, mas
voltei a dormir mais. Só que é um sono tranqüilo, relaxante e leve, sem os
pesadelos causados pela comida no estômago cheio. Minha pele do rosto voltou à
cor natural e está mais macia, o que ainda não aconteceu com o resto do corpo,
que ainda está um pouco sem a vitalidade normal; principalmente a parte torácica
do meu físico. Tenho me alimentado com duas pequenas porções de frutas em
alguns dias e outros não como nada, somente tomo água diariamente.
Vigésimo dia: 23/05/2001
– Quarta-feira:
As manchas do olho esquerdo desapareceram completamente, mas do olho direito
permanece uma mancha que diminuiu sua dimensão em torno de dez por cento. Vou
eliminá-la definitivamente com a força mental, através da meditação; esta
é minha meta. As manchas com aparência alérgicas das coxas desapareceram, mas
ficou escamando a pele. Comecei a usar óleo de amêndoas e a escamação está
diminuindo.
Vigésimo primeiro dia:
24/05/2001 – Quinta-feira:
Hoje completou os 21 dias e não senti nenhum alívio, porque para mim não foi
nenhum sacrifício, após os primeiros 10 dias, chegar até aqui. Pensei, no período
inicial do processo, que provavelmente voltaria a me alimentar de comida sólida,
após os 21 dias. Hoje já não penso mais assim. Se comer alguma coisa, será
somente frutas e em pequena quantidade. Após minha adaptação orgânica total,
pretendo eliminar tudo do meu cardápio, menos o prana e a luz do sol. E assim
foi e assim será!
Obs.: Minha
esposa, que inicialmente não gostou da idéia, hoje está pensando em comer à
base de frutas. Quem sabe, futuramente deixará de comer também! Ela é muito
consciente e inteligente e é possível que isto aconteça.
Há alguns dias percebi que minha visão enfraquecera novamente. Não estou
enxergando bem como antes. Sem questionar as razões, no dia 05 de junho, voltei
a olhar para o sol, sem que a mancha do olho direito desaparecesse e minha visão
melhorou no mesmo dia. Conclusão: Percebi que é a luz do sol que faz melhorar
a minha miopia. De agora em diante não vou mais parar de olhar para o sol,
mesmo com a mancha no olho, que está reduzindo de tamanho e intensidade. As
escamações da pele, nas coxas, desapareceram.
Hoje, 12 de junho de 2001,
já se passaram 38 dias do início do processo e ainda estou no processo de
adaptação. Breve quero reiniciar o processo original, sem comer nada durante o
mesmo.
Prezados amigos, espero que meu diário de alguma forma sirva de apoio e fonte
de informações úteis a todos. Até breve!
Um abraço a todos!
MUITO AMOR, LUZ E PAZ!
José Alves